terça-feira, 15 de março de 2011

UMA FRENTE ÚNICA DE AÇÃO



UMA FRENTE ÚNICA DE AÇÃO


Quanto mais visito criadores, falo com cavaleiros, reflito sobre o tema, pesquiso nos múltiplos sites mundiais e vejo cavalos, tenho a certeza que precisamos de uma frente ampla de ação e de vanguarda em lidar com o problema HIPISMO NACIONAL.

Fazendo sempre um esforço para não ser radical, nem respingar “sangue” para ninguém, colocando-me na posição de observador, o que sinto é uma necessidade absoluta de mudanças no sistema, as quais permita servir a todos, cavaleiros, criadores de cavalos de esporte, mídia e dirigentes, tanto de associações como de Federações e Confederação num rumo único, o engrandecimento do Hipismo Nacional e desta forma garantir a Indústria do Cavalo no Brasil, os resultados esportivos, mas acima de tudo a divulgação da Boa Equitação esportiva.

Minha voz é ímpar, mas ela trabalha como formiga e sempre, mesmo recebendo as retaliações daqueles a qual este “enfrentamento” às Elites Eqüestres Nacionais e os cartolas “papagaios de pirata”, há mais de 20 anos, nas decisões as quais afetam a eqüinocultura nacional e a vida dos cavaleiros.

Desde que me lembro como cavaleiro, nunca estes profissionais tiveram uma voz ativa nas decisões e os dirigentes no decorrer destes anos nunca tiveram uma ligação com estes de forma estreita e principalmente pensando em seus interesses como atletas, sentando na mesma mesa de reuniões e deliberar em conjunto e democraticamente votando as diversas alternativas e caminhos em assembléias.

Os exemplos claros são as formações da "burguesia eqüestre" aonde se escondem atrás de grandes muros e sistemas de segurança grosseiros, os quais afastam dos grandes eventos e o povo, do contato com o cavalo. Os conflitos verificados em todas as seletivas nacionais nos últimos anos, associando-se a isso o “Tsuname” provocado pelas importações fraudulentas (um caso de polícia) de cavalos europeus, chegando-se ao cumulo de verem-se jovens cavaleiros saltando provas de um metro, montado cavalos nascidos na Europa (certamente cavalos comprados na porta do açougue na Bélgica ou Holanda), aonde o terceiro mundo é o descarte. Nós com o espírito de colonizado aceitamos este tipo de comércio e não empunhamos a bandeira nacional, como muito bem faz os EUA entre outros países.

A arma utilizada e eficiente de imposição por parte dos “Cartolas” é simples. Reclamou está fora, continuo a reclamar o sistema elimina e exclui limitando sua sobrevivência, através de propagação do “disse que me disse e difamações”, o que em pouco tempo elimina a pobre criatura do meio. As únicas vozes que sobram, são aqueles que não precisam sobreviver através do sistema e este são muito poucos. A mobilização da comunidade eqüestre nacional, mais que nunca se faz necessária para ter como premissa um amplo dialogo democrático nacional sobre os diversos assuntos atuais e através desta mobilização tomar-se o poder no voto democrático, aonde cada cavaleiro registrado em suas Federações de Estado possam votar e eleger aqueles que irão administrar estes interesses da coletividade e representá-los na CBH. Não mais nos dias de hoje admite-se um sistema eleitoral que nos remete aos tempos da ditadura e da extinta Arena. O Presidente das Federações, não mais podem ser eleitos pelas entidades filiadas, mas sim pelos cavaleiros filiados diretamente com mais de 18 anos e teriam direito a voto todos aqueles que estivessem nela registrados no ano eleitoral. Só esta mudança de certo provocaria a derrubada da "Elite" no poder há décadas.

1) CBH – Não existe razão para permanecer a sua sede no Estado do Rio de Janeiro, já que o Hipismo Nacional e a Eqüinocultura Esportiva concentram-se no Estado de São Paulo, assim como os investimentos de volume. Esta ação seria apropriada, visando um dialogo mais próximo entre as diversas frentes, ABPSL, QM, BH, Cavaleiros, Organizadores de Eventos Esportivos e mídia, propondo uma administração mais efetiva e mais profissional, tendo como foco primário os programas de fomento do Hipismo em todos os seus segmentos e disciplinas, favorecendo a renovação dos quadros atuais e o profissionalismo.



2) CAVALOS IMPORTADOS - Como todos sabemos, os mercados europeus estão combalidos pelas recentes crises financeiras e na industria do cavalo, não iria ser diferente. A ação destes produtores europeus foi infestar o mundo com a sobra da produção, em acordos comerciais em forma de PERMUTA, o que facilita em muito a importação de cavalos “World Wide”. Estudos preliminares indicam a importação nos últimos 5 anos de quase um milhar de cavalos de salto, todos eles importados a preços de “nota” inferiores a seu valor real, o que de certo favorece os importadores no pagamento das taxas de importação ao fisco nacional. Este é ponto crucial de todo o controle e é aonde este ato ilícito torna-se um caso de Policia, no caso a Receita Federal, numa ação com o Ministério da Agricultura do Brasil, na conferência dos valores designados no ato da importação e a presença destes mesmo cavalos depois da conferencia do DNA e Passaporte em todos os concursos nacionais das diversas disciplinas. De certo esta ação iria encontrar cavalos saltando 1.50m. importados à menos de um ano, aonde o seu preço apresentado ao Ministério da Agricultura e Receita Federal não corresponderá ao preço do animal verificado em relação ao seu desempenho esportivo (todos nós sabemos o preço de um cavalo de 1.50m. e também o tempo que demora a produção de um saltador para esta altura, sonegando-se assim do fisco nacional o percentual de 38% a pagar sobre o valor total da importação, percentual este que deveria receber um aumento significativo.



Assim como se faz com os automóveis importados ou qualquer produto manufaturado produzido fora do Brasil, cavalos para esporte deveriam ser taxados da mesma forma pela Receita Federal e em casos gritantes de fugas ao fisco nacional, este cavalo seria recolhido e impedido de circulação em todo o território nacional ou remetido ao país de origem, numa ação do Poder Publico, Receita Federal e Ministério da Agricultura do Brasil.



Por outro lado já existem leis implantadas as quais não são respeitadas. Elas foram elaboradas para defender a criação nacional desta empreitada estrangeira e garantir os nossos mercados. Elas não estão sendo compridas como deveriam e alguns estão tendo benefícios em detrimento de outros e os outros são todos os brasileiros envolvidos com a produção eqüestre nacional, quase um milhão e duzentas mil pessoas. Levar este problemas ao órgão competentes é uma função de todos os criadores nacionais de cavalos de esporte, mas acima de tudo é o papel da mídia especializada apresentar o problema e divulgá-lo, mas de certo, como toda a mídia depende diretamente do sistema, dificilmente isso acontecerá a não ser pela mobilização de todos.



3) AMPLIAR A CRIAÇÃO DO CAVALO DE ESPORTE – Depois de 30 anos assistindo de perto o desenvolvimento de duas raças nacionais, o PSL e o BH, acredito que tenhamos chegado ao nível de partida inicial (absolutamente natural para um país sem histórico eqüestre, o Brasil foi colonizado a pé) e que estes 30 anos serviram como aprendizado e consolidação destas duas raças no mercado, assim como a qualidade de seus produtos. O exemplo que não quer calar é o “EFEITO TOTILAS”. Recentemente este cavalo foi comprado pela PSI por 14 milhões de Euros, sendo 7.5 milhões pago pelo Governo Alemão e sua campanha reprodutiva se dá simultaneamente em todo o mundo, tendo o Governo os direitos da imagem do garanhão. Daqui a 5 anos, todos os países terão “Totilazinhos” para vender em seu mercado em igualdade de forças com os grandes centros, dependendo exclusivamente das éguas utilizadas por cada país a diferenciação qualitativa, associando ao manejo e equitação aplicada. Este exemplo servirá para todos os importantes garanhões do mundo. Ainda não tenho uma bola de cristal, mas acredito que esta empresa com sede na Alemanha a P.S.I., irá obter informações sobre estes produtos e todos aqueles que tiverem qualidade internacional serão ofertados em seus leilões de elite na sua sede na Alemanha, aliás como já verificamos em casos isolados em outras marcas como a VDL (holandesa).



4) QUALIDADE DOS CAVALEIROS NO ENSINO DE BASE ESPORTIVO DE CAVALOS NACIONAIS - Outra grande diferenciação, a qual representa um divisor de águas entre os brasileiros e os europeus. A boa Equitação (hoje única) ainda não é praticada em nosso país, na escala que é praticada na Europa. Como comparação é apenas apontar que na Suécia existem 160 instituições de ensino eqüestre de nível superior e no Brasil não tenho conhecimento de nenhuma Escola que produza CAVALEIROS aptos a produzirem cavalos e servir o mercado nacional esportivo, como professores ou a Indústria Nacional do Cavalo de Esporte. Este é o ponto de maior diferenciação nos próximos 10 anos e será nele que teremos os maiores problemas se nada for executado contrariando esta realidade a qual podemos verificar em todos os concursos nacionais, produtores visitados, tornando-se um problema mais agudo nas Escolas de Equitação visitadas, fora raras exceções. Criar-se esta Escola Nacional de Equitação, a exemplo de outros países, é uma urgência absoluta e a obrigatoriedade de reciclagem dos profissionais deve ser acima de tudo uma questão de prestigio para o mesmo, devido a este detalhe “sinequanon”, a qualidade do ensino aplicada nela terá de ser superior também. Um país que tem mestres como Nelson Pessoa entre outros cavaleiros, com a possibilidade de importar mestres estrangeiros, como muito bem fez os Estados Unidos da América na década de 80, é o único caminho a ser estabelecido, para que possamos abandonar definitivamente os caminhos alternativos e singulares de cavaleiros especiais (mas não detentores de uma Escola a ser seguida) e formar-se uma Escola, não só no Salto, mas também no CCE e no Adestramento.





5) HIPICAS – O que venho sentindo tanto no Salto e mais no Adestramento é a necessidade de desvincular o Esporte das Hípicas. De certo são redutos históricos, mas o que sinto, pelo menos em meus Estado é a falta de “vontade” de receber os aficionados do esporte de forma calorosa, criando uma série de empecilhos diretos e indiretos, para que as pessoas comuns não adentrem aos recintos de competição e conseqüentemente se registre a fuga dos patrocinadores, uma situação “se correr o bicho pega se parar o bicho come”. Popularizar significa ir ao encontro do povo e uma afirmação posso fazer com absoluta segurança, o povo brasileiro adora o ser cavalo, o esporte e merece ter acesso a este show. Na minha cidade, temos inúmeros Parques, temos inúmeros terrenos de grande dimensão, temos estádios, aonde com bastante facilidade poderá ser montado o “circo esportivo”, é só existir a vontade política para o fazer. Outro ponto de grande importância é o cavaleiro, ele gosta de aplausos, a competição gosta de interação, dá vida ao Show. Agora não podemos aceitar é que o maior concurso das Américas tenha deixado a nossa cidade por motivos internos de Clubes Hípicos, isso é um avilto ao esporte e a todos que gostam de ver os melhores conjuntos do mundo em ação.

A idéia radical sobre este aspecto, a qual não consigo abandonar no decorrer das décadas é o interesse da “burguesia eqüestre” em manter-se restrito este mundinho para facilitar a manutenção desta elite e o acesso dos filhos e de seus cavalos com mais facilidade ao mundo eqüestre fora de nossas fronteiras. Hoje temos um país agrícola por natureza, o dinheiro jorra da terra e nada como o cavalo para propor esta sociabilização destes indivíduos de sucesso, o cavalo é o link.

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