sexta-feira, 18 de março de 2011

CONSIDERAÇÕES SOBRE O ADESTRAMENTO NACIONAL (01)



O primeiro ponto e o mais importante a ser debatido aqui é o preço mínimo para participação em qualquer CDI***. Começamos com a inscrição da prova R$2.000, depois, como os cavalos estão estabulados em seus respectivos haras, mais R$1.000 de transporte, estabulagem no concurso R$500, taxas gerais (passaporte/capa FEI/FPH) R$1.558. temos o cavaleiro e o tratador, ambos precisam dormir, comer e transportarem-se, no mínimo mais R$1.000 (4 dias). Somando = a um investimento de R$5.558 Reais.
A pergunta é: Quanto o proprietário do cavalo irá receber de premiação? Conforme analise do ante programa do concurso CDI*** de 24 a 29 de março na Hípica paulista, não consta do ante programa a premiação em espécie.
Na minha ótica e acredito que na de todos, é um péssimo negócio para qualquer proprietário. Mesmo se este pensar em termos de marketing, como existe no Salto de Obstáculos, saltou X valorizou X, no Brasil não existe compradores para cavalos de alta performance de Adestramento. Tradicionalmente é mais fácil os cavaleiros irem na Europa comprar um cavalo de meio milhão de Euros, do que pagar US$$100 mil num cavalo nacional. Entendo que está tudo deturpado, está tudo viciado e precisa de reflexão para que possam haver investimento nesta modalidade por criadores, empresas e principalmente investidores.
Outra falha grave é a deficiência crônica de levar o Adestramento às massas, através da internet ou da televisão. Sem publico, jamais teremos patrocinadores e conseqüentemente não teremos premiações.
A pergunta é: A quem interessa esta situação? Se a resposta é a Eqüinocultura nacional está errada. Mas se a resposta é, a burguesia eqüestre nacional, a resposta está CORRETA.
Defino burguesia eqüestre nacional, aqueles que por grande poder financeiro manipulam a “história” de forma a beneficiar seus herdeiros ou seus projetos particulares, eliminando a concorrência pelo poder da “grana”, sem permitir que simples mortais possam despender quase R$6.000 para participar de um CDI***(ao todo teremos de multiplicar por seis, no caso das eliminatórias de Guadalajara). Este jogo já é uma formula empregada faz muitos anos e de certo muito eficiente, a qual é usada uma cortina imposta pelos dirigentes perpétuos da CBH para manter-se viva e cada vez mais "profissional" no sentido de afastar o povo das competições de Adestramento e por conseqüência a mídia especializada e tudo continuará sendo observado numa camuflado turva, nem sempre muito honesta (caso da Juíza Belga expulsa da FEI, que por acaso virá ao Brasil em maio dar um curso de reciclagem de juízes).
Duas notícias desta última semana fazem-me refletir sobre este mesmo assunto e para isso volto a 2003, quando participei diretamente deste movimento, aliás quem o fez fui eu, queiram aceitar ou não, o dia que coloquei o Portugal em pista e ganhamos de todos de lavada. Até então tínhamos Nirvana e Oceano do Top fazendo São Jorge.
As notícias são: Eric Lette, treinador até o final de 2012 e a qualificação de Renata Rabello Costa (proprietária do banco Rural, MG) em concurso na França. De certo já vimos este filme. Para relembrar a todos com memória curta: - Eric Lette vendeu os dois cavalos os quais Renata fez as seletivas para o Pan do Rio (dois warmblood) durante as seletivas e quando este era treinador da equipe nacional. Depois quem nos fez ganhar a medalha de bronze nos Pan Rio foi o cavalo OCEANO DO TOP, cavalo este emprestado para a amazona Argentina. Foi este cavalo que destruiu a equipe daquele país, numa jogada muito bem elaborada proveniente do núcleo do PSL o qual conhecia o cavalo e suas deficiências. Caso o Oceano do Top tivesse ido mediocremente na competição, o Brasil estava fora da medalha.
No caso de Renata e Monty, é a filha da saudosa Junia Rabelo, uma mulher de armas, a qual tive o privilégio de conviver e esta foi a razão de baixar as minhas armas e medir as minhas palavras naquela oportunidade. Sei o quando Renata sofreu, sei o quanto ela é aplicada e sempre, incondicionalmente torcerei por ela, mas: temos de ser mais criativos nas questões de marketing, para não sermos repetitivos aplicando as mesmas "formulas", já batidas e velhas. Existe muito dinheiro em jogo, não só o dela, mas de pelo menos 20 conjuntos e estes precisam ser respeitados. Precisamos com urgência absoluta que a Sra. Renata Rabelo coloque na internet a sua reprise INTEIRA E CORRIDA com Monty, para que todos possam observar a veracidade dos resultados média final de 65,096% no Prêmio São Jorge conseguidos no final de semana passado na França. Recomendo inclusive à amazona (e sua assessoria no Brasil) que faça as próximas etapas no Brasil, para que todos possam observar em igualdade de condições as suas performances com os demais. Enquanto isso não vier a verificar-se iremos de certo continuar a observar este conjunto com muitas reticências, o que de certo não gostaria.No caso da Sra. Rabelo, competir no Brasil não será um problema maior por diversos motivos os quais não cabe aqui apontar.
Peço desculpa ao Sr. Rocha, à Sra. Mantegazza, à Sra. Rabelo, Sr. Leandro e quem mais se apresentar com cavalos warmblood que dificilmente estará em Guadalajara um cavalo que não seja PSL. Começa dia 24 de março uma corrida por 4 vagas (uma reserva) nunca vista na História do Adestramento Nacional, uma “guerra” a qual será uma delicia para os observadores e jornalistas (independentes é claro!), na analise e tradução dos fatos, visto que acompanhamos seletivas de Pan's desde 1982, Pan de Çaracas.
Vamos analisar a escolha dos juízes, os quais acredito precisarmos de um JOI apenas por competição e os outros, a Sra. Claudia, o Cel. Nigri., A Sra. Sabine e a Sra. Ingrid e apenas os JOI os quais teria de ser “variante”, nas 5 etapas restantes um de cada nacionalidade por vez, de preferência, um português, um Espanhol, um norte americano, um mexicanos e um canadense. Isso seria o ideal.
Sobre o estilo de treinamento do Sr. Eric lette, no meu entender ele não tém o suficiente conhecimento dos cavalos Ibéricos para traduzir os seus BONS ensinamentos favoravelmente para este TIPO de cavalos de adestramento (principalmente os nossos com muitos anos de chão duro), evitando-se assim clinicas antes de provas (este tipo de cavalo é frágil e não agüenta "pau" 5 dias seguidos) EX: O ocorrido no Kentucky, nossa equipe definhou antes da apresentação. Fora isso precisa-se de um técnico “malandro”(no bom sentido!) e de nome no mercado mundial do Dressage que tenha alguma experiência com cavalos Ibéricos. A minha recomendação sempre foi o renomado treinador KLAUS BALKENHOL, Porque Klaus? Um sinal para mim é muito claro, a esposa dele monta um cavalo PSL, segundo, sabe tudo e fez um trabalho fantástico com a equipe norte amaricana de Adestramento no decorrer dos anos, é inquestionável e limpo, um Militar. De certo ele poderia designar algum auxiliar para ajuda-lo nesta tarefa na lida de maior contato e tempo despendido. Para quem não o conhece, recomendo o livro de nome “The Man and His Methods” escrito pela autora Britta Schöffman, o qual pode ser adquirido na Amazon.com..
Um forte abraço

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