domingo, 27 de abril de 2008

Texto CAVALONET.PT

Moro no Brasil, sou português e formado como Professor de Equitação pela Escola Militar de Mafra no ano de 1987/88. Autor do livro "Apontamentos Eqüestres", lançado em 2004 na Exposição Internacional do Lusitano em São Paulo em 2003 e tenho uma empresa de comercio internacional de cavalos Puro Sangue Lusitano, além de jornalista filiado a Aliança Internacional de Jornalistas Eqüestres. Sou diretamente responsável pela exportação de mais de 250 animais da raça PSL do Brasil para os EUA, México e outros países entre eles, cavalos famosos, como Parágrafo do Top, Nostradamus do Top (este para Portugal), Solar HM, Quieto (MAC), Quatrilho HM, entre muitos outros que não cabe aqui definir. O que quero expressar aos senhores é que o debate é sempre salutar se mantivermos a compostura. Vejo que muitas respostas a uma carta séria de um criador de respeito, de nível mundial, deve ser abordada com cautela e ponderação.
Desde minha infância em Moçambique aonde tive contato com o cavalo PSL na famosa praça de touros de Lourenço Marques. Desde lá que minha paixão é forte e hoje, assim como o Fado, o vinho do Porto, a comida tradicional portuguesa, o cavalo Puro Sangue Lusitano, são os laços que tenho com meu “ser” português. Este mesmo sentimento encontrei em pessoas também portuguesas nas geleiras do Canadá, nos desertos da Califórnia US, em Sydney AUS, na Patagônia (ARG) e em Angola recentemente (O Brasil exportou mais de 200 cavalos PSL para Angola, recentemente).
Para nós portugueses do século XXI, que buscamos na RTP Internacional identificação, O CAVALO PURO SANGUE LUSITANO REPRESENTA NADA MAIS QUE OS MARCOS COLOCADOS MUNDO A FORA PELOS NAVEGANTES PORTUGUESES NO PASSADO. Falar isso para os senhores, que têm a praça de touros Campo Pequeno a poucos km. de vossa casa, pouco significa, mas para quem tem um oceano pela frente, é diferente.
Por isso, o meu "grito de clamor", nesta hora de definitivas mudanças, mudanças estas que colocam em risco a integridade do MELHOR CAVALO DE SELA DO MUNDO, sem duvida, falo com causa, já criei Warmblood, PSI, os montei na Alemanha, na África do Sul e na Nova Zelândia, não podemos baixar a guarda e devemos preservar as características deste cavalo ímpar, seja ele Alter, Andrade, Veiga, Quina, Branco Nuncio, CN, o que for, teremos de selecionar o melhor e multiplicá-lo rapidamente para consolidar a raça e o tipo com um padrão "globalizado", mas principalmente, com a identificação de um povo e de uma história, qual tenho orgulho de pertencer, O PORTUGUÊS. O cavalo Lusitano é um patrimônio do povo português, indiscutivelmente, mas ele hoje existe em todos os cantos do mundo e teremos de aceitar esta posição de destaque.
Os senhores da Peninsula Ibérica, alguns ainda não notaram que o mundo é uma aldeia e que existem dois tipos de cavalos, os bons e os ruins, como existem dois tipos de raças, as globalizadas e as regionais.
O cavalo Lusitano hoje é uma raça "globalizada" graças muito ao trabalho pioneiro executado pelo nosso grupo no Brasil (quem é do ramo saberá quem somos) e o mercado deste cavalo, pelo menos na nossa visão é infinito, desde que seja padronizado e de qualidade, porque ele abrange senhoras e senhores com mais de 40 anos e jovens cavaleiros, assim como os mais experientes, devido a sua "montabilidade". Ele é fácil, é doce, é feminino, é bonito, é confortável, ele faz tudo (salta, Adestramento, passeia, rodeios, apartação, CCE e por final até puxa carroças e muito bem!) , mas acima de tudo é um cavalo confiável, melhor herança que nos dá, sua mente e veias.
Como já dizia o Eng. Sommer de Andrade, temos de criar um TIPO. Dr. Monteiro menos, mas batia nesta tecla também.
Como todos sabem o nome Puro Sangue Lusitano foi criado na cidade de São Paulo, exatamente de madrugada num Hotel de luxo, aonde estavam presentes o Sr. Vasco Freire, o Sr. Alfredo Batista, o Arq. Arsénio Cordeiro, logo depois que os espanhóis criaram o PRE.
Não podemos deixar o barco navegar mais sem leme, atitudes enérgicas, mas democráticas, terão de ser discutidas e rumos precisam ser objetivados, a exemplo de outras raças seletas.
Com bastante humildade, atrevo-me a propor algo diferenciado, um caminho claro, objetivo, com um principio e um fim, uma discussão “universal” de todos os criadores e pessoas que deste cavalo tiram o seu sustento, sem nenhuma forma ditatorial ou de imposição de idéias retrógadas, mas sim visualizando ampliar o patamar de representatividade deste ser único entre todas as espécies animais, o Cavalo Lusitano, o 1º CONGRESSO INTERNACIONAL DO CAVALO PURO SANGUE LUSITANO.
Para isso, TEMOS DE CRIAR UMA COMISSÃO ENVOLVENDO "PENSADORES" para qualificar todos os importantes animais que representam atualmente a raça no mundo. Entre estes, dois norte americanos, dois mexicanos, três brasileiros, quatro portugueses, dois franceses e um de cada Associação estrangeira representada na APSL e buscar a qualificação de éguas e garanhões (certamente que não falo apenas de Juízes em minha relação, hoje com uma reputação não muito em alta entre todos, me desculpe alguns). Estas éguas, selecionadas pelo grupo de "pensadores" o qual não posso deixar de incluir o Sr. Braga (não concordo com o que fez, mas é um os melhores, o "pensador" do MITO que não foi MICO, completaram a "ponte" comercial com os EUA alguns meses atrás e deixaram todos os brasileiros olhando para o céu), terão de ter acesso à transferência de embrião e os garanhões terão de ter um programa intenso de venda de coberturas no mundo. Um banco universal de distribuição de Sêmen destes garanhões, certamente subvencionado pelo governo português ou por empresa privada, por tratar-se da marca LUSITANO, patrimônio nacional português (por favor pensem grande!). Nesta ação, primeira classificatória, que significa pesquisa de produtos por égua, o que as mesmas fizeram e produziram (égua boa é aquela que coloca no são qualidade), para onde foram, filmá-los, fotografá-los, para que possam ser apreciados, pelo grupo, cada um em seu país, em sua casa. Mais uma vez peço vossa atenção, refiro-me a visitar todos os criadores de cavalos do mundo, ampliando-se o excelente livro “LUSITANO O cavalo ancestral do Sudeste da Europa, Editora ICONOM”, para uma edição mundial, incluindo todas as Associações da raça existentes ditas “estrangeiras”. A pesquisa é tudo nesta fase, para buscar-se a informação correta.
Por voto destes "pensadores" serão escolhidos os cavalos e definidas as diretrizes dos próximos anos, no I CONGRESSO INTERNACIONAL DO CAVALO LUSITANO, em algum ponto do Globo (de preferência em São Paulo), aonde pudesse ser acompanhado por todos, num canal de TV via WEB.(o que é muito possível nos dia de hoje), para minimizar as "malandragens".
No Brasil, ao contrário que muitos pensam, as coisas estão ruins, tanto politicamente como em termos de criação, a influencia comercial da exportação, a falta de conhecimento, cultura e pouco conhecimento técnico, fazem absurdos! O que salva são poucos, muito poucos e estes não fazem parte nem mesmo de exposições da raça, pois não acreditam mais no sistema de juízes importados de Portugal e os "made in Brasil" são "comprados" pelas marcas, porque prestam serviços para as mesmas. Entre nós é máfia, cartel, etc. Chegando ao máximo de pessoalmente ter a sorte de registrar na última Exposição de São Paulo, um famoso senhor, o qual acompanha há anos os juízes, dando coordenadas aos mesmos sobre cavalos, em julgamento e na pista. (Isso está registrado em filme e poderá facilmente ir parar no Youtube).
Já no México, a coisa é diferente, é na base da arma de fogo, os Juízes que o digam...então lá não se brinca, dá-se as “cartas conforme a musica” para quem tem de receber e está tudo certo, porque já presenciei também ameaças de morte em picadeiros de Exposições.
Então amigos a coisa é séria e terá de ser tratada com seriedade, ou perderemos o nosso patrimônio histórico, como bem fala o Criador Pidwel.
Certamente não poderemos fugir do "mulato", pelo menos no Brasil, aonde já existe uma raça de nome ANDALUZ BRASILEIRO, que tentamos desesperadamente passar para LUSITANO DE ESPORTE, porque desde 2005, não existe nenhum registro de nascimento PRE em solo brasileiro. As raças regionais precisam desesperadamente do sangue Lusitano, para sua melhora genética. Faz poucos dias fui num criador de mangalarga marchador, um cavalo francamente paraplégico com "tração dianteira", que arrasta-se no chão, o que permite o cavaleiro beber "cachaça" sem derramar, porque simplesmente não tem tempo de suspensão, nem no trote e muito menos ao galope. O estrago que o NAVARO SJR , esse mesmo, o campeão do mundo de equitação, fez nas éguas do homem foi de assustar. Todos os animais fruto desse cruzamento são 100% melhores, que a média criada até então. Certamente que isso, não é de assustar ninguém, são "mulatos" e sempre serão, valeram o que fazem e ponto. O mesmo digo para os criadores que usam éguas lusitanas, as boas, com os world class dressage Stallions Sandro Hit ou Don Schufros, serão excelentes cavalos, mas serão “cruzados” ou “mestiços”, rasga-se o papel e fica o cavalo, vale o que faz. Isso é democracia, cada um faz o que quer, só que o mercado será impiedoso com os erros, o que não se pode é abrir mão da marca LUSITANO.
Para isso em todas as raças existem os cruzados, que não deixarão de ser cruzados, mestiços, Lusitano Sport, só engrandecem o cavalo Lusitano, como engrandeceu o Árabe quando nasceu o PSI, que 6 séculos depois ainda lemos a noticia, ou o Anglo Árabe, nem por isso o Árabe tem menos valor, pelo contrário.
Sem hipocrisias baratas, o PSL é uma raça nova e será se nada for feito para padronizar a raça, mostrando para todos os objetivos a serem perseguidos e criar-se alternativas para a "turma" do Dressage. Nunca no Brasil, numa exposição, algum juiz explicou para o publico verbalmente o porque de ser este ou aquele cavalo melhor numa Exposição Internacional, por isso por aqui quem grita mais e melhor é rei. Vamos parar com a mentira, o nosso cavalo não merece, ele corre nas nossas veias, na vossa ai na Península, como em todos os portugueses por este mundo a fora.

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