segunda-feira, 21 de abril de 2008

CAVALO LUSITANO DE ESPORTE





PORTARIA No- 17, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2007
O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição, tendo em vista o disposto na Lei no- 4.716, de 29 de junho de 1965, no art 1o- , do Decreto no- 4.998, de 27 de fevereiro de 2004, e o que consta do Processo no- 21052.007000/2006-07, resolve:
Art. 1o- Conceder à Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Andaluz-Brasileira, sediada na Avenida Francisco Matarazzo 455, Parque Fernando Costa, São Paulo/SP, autorização para efetuar trabalhos de registro genealógico de animais da raça Andaluz-Brasileiro, em todo o território nacional, de acordo com orientação estabelecida pela área técnica competente, respeitadas as recomendações internacionais que o Brasil tenha assinado ou venha a assinar.
Art. 2o- Determinar a atualização do acervo referente ao registro genealógico dos animais de raça Andaluz-Brasileira, emitidos pela Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Andaluz-Brasileira, a partir de 5 de setembro de 2005, no prazo de 18 (dezoito) meses, a contar da data da publicação desta Portaria.
Art. 3o- Atribuir ao Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade, da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, a responsabilidade pelo acompanhamento e fiscalização dos trabalhos que consubstanciam a ordenação estabelecida no art. 2o- .
Art. 4o- Esta Portaria entra em vigor na data de sua
publicação.

LUÍS CARLOS GUEDES PINTO

Temos a certeza que pouquíssimas pessoas ficaram sabendo desta portaria, permitindo ao Brasil ter o cavalo desejado por todos. O cavalo Lusitano de Dressage. Estamos falando de uma raça pura por cruza, uma raça que poderá ajudar e em muito a “marca” LUSITANO em nosso país e quem sabe um dia no mundo.
Certo é que por uma infelicidade e por motivos comerciais, que nos remetem ao ano de 2004, quando o mesmo projeto foi encaminhado ao Ministério da Agricultura do Brasil, o responsável por este projeto, o Eng. Énio Monte, tinha em pastos cavalos de origem PRE (pura raça espanhola). Em 2007 verificamos a falência total da raça PRE no Brasil, não tendo sido registrado o nascimento de nenhum animal no território nacional, tornando o nome ANDALUZ uma grande infelicidade daquele momento.
Certo é que ninguém, na altura teve o bom senso de MUDAR (mudanças sempre são inquietantes e precisam de reflexão e normalmente os visionários estão sempre na frente do seu tempo, que é o caso do Eng. Énio Monte, male de fundador da ABPSL (O primeiro stud Book da raça foi no escritório da Construtora Itapuã e foi ele também que fundou o Brasileiros de Hipismo) o nome desta nova raça para Luso- Brasileiro, ou Lusitano de Esporte, já que em sua origem, seria usar-se o sangue Ibérico para melhoria do plantel nacional, principalmente os SRD, ou regionais de origem Lusitana, etc. A idéia é muito boa e nunca foi tão apropriada no presente momento, aonde estamos vendo nos Leilões do PSL preços muito fracos para éguas PSL de média qualidade.
Devido ao nome “ANDALUZ” (cavalo originário da Andaluzia ou cruzado PRE/Lusitano), esta raça foi “expulsa” da ABPSL, ação esta liderada pelo criador de PSL, Paulo Gavião Gonzaga, proprietário das Fazendas Interagro, mostrando uma miopia profunda na projeção do futuro (tendo em seu plantel cavalos como NIRVANA INTERAGRO, um warmblood piorado) e a mesma foi buscar abrigo no cavalo Brasileiro de Hipismo, aonde permanece até hoje, com pouquíssimos registros anuais, aonde acabará por sucumbir à falência genética e de registros de nascimento em breve, sendo por incrível que pareça a salvação do PSL, pois poderemos ter duas raças irmã, deixando os PSL como cavalos Puros, que o são perante os registros da raça e criar-se livremente, independente de Portugal, um cavalo que supra os mercados internacionais no segmento Adestramento, CCE e porque não Salto de Obstáculos, porque todos sabemos que quando a cruza dá certo, quando o cavalo herda a mãos e a cabeça do PSL e os empurradores do Warmblood, temos bons cavalos na modalidade.
Com o surgimento crescente do Cruzado Lusitano, que nada mais é que a cruza de garanhões PSL em animais BH/raça formadora, ou vice versa, estamos criando no Brasil o mesmo cavalo, só que este poderá ser registrado em dois diferentes Stud Book’s, o do Andaluz Brasileiro e no do Cruzada Lusitano na ABPSL, o que certamente não está correto em sua essência, por tratar-se do mesmo cavalo com nomenclaturas diferentes, deve-se acabar com isso por ser este cavalo o cavalo do século XXI, conforme está escrito no livro Apontamentos Eqüestres, editado em 2003. Para agravar a situação, o cavalo registrado no Cruzado Lusitano, sempre será um cruzado, um “bastardo”, enquanto se o mesmo cavalo for registrado no “ANDALUZ BRASILEIRO”, em 4 gerações será uma raça pura por cruza.
Definindo este padrão, mas principalmente o NOME do “coitado” do cavalo em discussão, uma enorme porta poderá ser aberta e nos colocará na dianteira do “dilema mundial” o Brasil. (consultas deste podem ser feitas no portal da internet, CAVALO.NET - http://www.cavalonet.com/forum/viewforum.php?f=17&sid=acfb369729af99fc0b176b95f15c2e1b .
A razão de minha “profunda agonia e ter mergulhado no teclado neste feriado de Tiradentes” foi devido a ter visto ontem o melhor animal de Adestramento nascido no Brasil, fruto da cruza do garanhão de nome PORTUGAL um PSL, numa égua de linhagem de FERRO de origem Holandesa de Adestramento, importada recentemente para nosso país, para exclusiva produção deste tipo de cavalo.
Por incrível, esta potra vista por meus olhos ontem, coincide com a compra pela empresa LUSITANO SPORT de Portugal, de propriedade do famoso criador de PSL’s Sr. Vasco Freire, pelo valor de 80 mil euros, um potro Westefalen em leilão de elite na Alemanha ele é - http://www.equisport.pt//noticias/detalhes.php?id=4211 (podem conferir e notar as características lusitanas no potro).
A minha proposta, fruto de uma conversa no dia de ontem com duas pessoas de renome internacional é a seguinte:
1) Alterar simplesmente o nome dos produtos ANDALUZ BRASILEIRO para LUSITANO DE ESPORTE ou LUSO – BRASILEIRO (assim como o Banco mesmo!).
2) A SALVAÇÃO - Só desta forma permitirá evitar o colapso desta raça ANDALUZ BRASILEIRO, aonde podemos ter mais informações, nas pag. 212 a 216 do livro Anuário Brasileiro de Hipismo 2007/2008, www.b2sports.com.br (a melhor publicação nacional eqüestre, mostrando um panorama positivo de nosso hipismo). No artigo publicado pelo Haras STA, permite-nos verificar que eles usam o garanhão HABIL, um garanhão PSL de linhagem Veiga, filho de Rabi, animal este nunca visto em exposições da raça nem mesmo em provas funcionais, produzindo cavalos de esporte, vendido em Leilão 5 estrelas, no passado. Depois na linha baixa das reprodutoras encontramos o QUASTOR ITAPUA, um filho de Lorado/Josefina, que também nada fez no esporte a não ser provas de salto de 1.20m. Desculpem-me o Sr. Silvio Araujo da STA, mas certamente no nosso entender não é o caminho, (devido a repetir-se os mesmos erros já verificados no Anglo Árabe na década de 80 e 90) devido ao seguinte aspecto: Bom com bom dá bom. Performance com performance, dá performance ao quadrado. Hoje no mundo existem dois tipos de cavalos, os bons e os ruins (os campeões ou futuros campeões, terão de ganhar alguma coisa, seus país deveriam ter ganho algo expressivo, suas famílias deveriam ser de vencedores, que certamente não é a linhagem de Hábil (Rabi) e nem mesmo de Lorado (Landgraf). O mercado não admite mais o “velho refrão – CRAINDO CAMPEÕES”. Não podemos esquecer que no passado tivemos bons cavalos de Salto de Obstáculos com esta formação genética, inúmeros, principalmente com o Sangue de IPRES (hoje temos um filho de Novilheiro de nome HINO no Brasil, produtor de cavalos ímpares de salto no PSL, alguns já exportados), cavalos que saltaram provas fortes, os quais minha memória não ajuda no momento, filhos de Lorado em éguas meio sangue lusitanas (minha experiência nos tempos que vivi em Portugal e fiz inúmeros concursos de salto, meu cavalo era meio sangue PSL/PSI, rapidíssimo em provas ao cronometro á altura de 1.30m., meu cavalo de CCE era um Anglo Árabe Lusitano. Certamente é uma combinação explosiva, boa de verdade, de bastante montabilidade, mas os dois elementos terão de ter qualidade, tanto nos indivíduos, quando nas famílias.
3) RETORNO À ABPSL – Fruto de “brigas” do passado, principalmente de nomenclatura de cavalos, TOP/ITAPUA, com a vitoria do primeiro em termos de marketing, mas nunca de conhecimento, agregando-se a este os criadores com ligações estreitas com Portugal, que historicamente dificultam a evolução e a independência do PSL criado no Brasil, nas questões elementares como transferência de embrião, entre outras, obrigando os criadores brasileiros hoje a registrarem nos EUA os produtos fruto de transferência de embrião de PSL com PSL (obrigatório naquele país), já que o “ANDALUZ BRASILEIRO” não permite em seu Stud Book, puro com puro, atitudes estas dispendiosas que comprometem a credibilidade do vai e vêm de exames de DNA e atos insanos de criadores adulterando registros de nascimento, etc. Trata-se de uma atitude simples: Todos os cavalos cruzados passam a ser registrados no “Andaluz Brasileiro” e o presidente desta raça aceitará as mudanças do nome, para algum que tenha o link “LUSITANO”. Numa raça aonde existem apenas 50 registros de nascimento, como é o “Andaluz Brasileiro”, tudo isso é muito fácil de ser executado e terminam-se os dilemas, numa atitude administrativa e negociável facilmente com o Ministério da Agricultura, já que é interesse de todos, sendo que o BH (segundo manifestações do atual Presidente da ABCCBH, Sr. Fortino, não quer nem ouvir falar em cavalos PSL), visto que na maior festa do cavalo de Esporte, o Athina Onassis Show, quem estava presente era o Puro Sangue Lusitano, ação esta que devemos ao Dr. Raul e Eng. Enio Monte.
4) Certamente os “dilemas” começaram a existir e de maior tamanho, mas desta forma, tanto os defensores dos cavalos maiores para Adestramento sossegaram e terminarão a pressão de mudar-se os julgamentos e a essência do cavalo PSL, introduzindo sangues “bastardos” à raça que obrigatoriamente não poderá mudar em seus padrões originais (não se muda a altura de uma raça, demora décadas). Com isso dois mercados abrirão automaticamente, paralelos e pacificos (poucos são os “gringos” que quando aqui vem comprar um cavalo perguntam por sua genética ou querem saber quem é a mãe de x ou Y cavalo, filiação, etc. O que querem mesmo é passar a “chave”, sair andando, terem prazer com o produto e ter a certeza que o cavalo escolhido sairá da quarentena na Florida USA e se as radiografias digitais poderão ser enviadas para os veterinários nos EUA). Não existe segredo.
NOS MEUS 30 ANOS DE CAVALOS NO BRASIL, VEJO NESTA EMPREITADA A GRANDE ESPERANÇA DE PRESERVAR O CAVALO PSL NO BRASIL E CRIAR-SE UM CAVALO MAIS COMERCIAL, USANDO-SE O QUE DE MELHOR EXISTE NO PSL E OUTRAS RAÇAS.O CAVALO PSL É IMBATÍVEL EM TERRENOS CURTOS E OS WARMBLOOD'S SÃO IMBATIVEIS NOS TERRENOS MAIORES, COMO SEMPRE FOI, NO DECORRER DOS SÉCULOS.

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